Um conhecimento básico da anatomia do quadril e da pelve permitirá que você tenha um melhor aproveitamento do conteúdo deste site. Acompanhe o texto e as ilustrações abaixo e entenda melhor a estrutura morfológica do corpo humano.
O quadril, ou articulação coxo-femoral é formado pelos ossos da bacia (pelve) e pelo fêmur, o osso mais longo do corpo humano.
Seu formato assemelha-se a uma esfera dentro de uma taça invertida.
A esfera é a parte arredondada de cima do fêmur (cabeça femoral) e a taça na qual ela se encaixa é o acetábulo (de acetabulum – do latim).
Entre estes dois ossos existe uma camada de cartilagem. Esta possibilita o movimento da articulação com pouco atrito – quando está saudável. Casos de desgaste da cartilagem causam dor e perda progressiva de mobilidade. Leia mais no tópico sobre artrose.
Espessos ligamentos compõem a cápsula articular, que mantém o conjunto firmemente unido. Logo abaixo da cápsula articular localiza-se a sinóvia ou membrana sinovial, responsável pela lubrificação articular.
Na borda do acetábulo existe uma estrutura de cartilagem fibrosa parecida com um lábio (do latim: labrum). Esta estrutura tem funções importantes na manutenção do selo articular, na distribuição homogênea de peso na cartilagem etc
O Labrum tem sido muito estudado nos últimos anos e será abordado em detalhes nos links sobre artroscopia e impacto.
Estas estruturas estão envoltas por poderosos músculos, chamados de músculos anti-gravitacionais, que permitem que adotemos a postura bípede. Estes músculos também compõem a chamada musculatura central do corpo ou CORE, muito importante nos tratamentos não cirúrgicos do quadril.
Estes músculos possuem fortes tendões. Pequenas bolsas (ou bursas – do latim) interpostas entre eles possibilitam um melhor deslizamento entre as estruturas vizinhas.
Inflamações destes tendões e bursas causam as tendinites e as bursites – respectivamente.
Além dos ossos, cartilagens, ligamentos, labrum, músculos, tendões e bursas ainda estão presentes as artérias e veias, responsáveis pela circulação sangüínea e os nervos, responsáveis pelo estímulo motor e pela sensibilidade.
O quadril possui basicamente três planos de movimento: lado-a-lado, para frente e para trás e rotações para dentro e para fora.
Chamamos estes movimentos respectivamente de: abdução-adução, flexão-extensão e rotação interna-externa.
O quadril proporciona movimento e estabilidade ao corpo, atuando de forma sincronizada durante a marcha com toda a musculatura dos membros inferiores, coluna e pelve.
Devido ao formato do quadril ser angulado e também lateralizado em relação ao eixo do peso do corpo, este suporta grandes pressões durante a marcha.
Na caminhada normal esta pressão é de três vezes o peso do corpo. Na corrida pode superar oito vezes o peso corpóreo!
A principal região de carga no quadril (o teto) mede cerca de 04cm2 apenas. Imagine uma pessoa de 80kg correndo. A cada passada, 4cm2 de cartilagem sofrem uma pressão que pode superar 640Kg!
Por este motivo, no tratamento de algumas patologias do quadril, recomendamos que o paciente abstenha-se de atividades de impacto. Para poupar sua cartilagem. Lembre-se de que a cartilagem é um tecido nobre e não regenera-se. Leia mais sobre isso nos links sobre Cirurgia Preservadora do Quadril e Outros Procedimentos.
A maior parte dos problemas que afetam o quadril se devem a alterações funcionais ou morfológicas de uma ou mais das estruturas acima descritas e serão explicados nos links adiante.
Abaixo está representada uma radiografia morfologicamente normal de uma pelve feminina. Observe as relações ósseas e o formato harmônico das articulações.
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