Coxartrose

“Artrose” é um termo usado genericamente para denominar o processo degenerativo das cartilagens. Quando ocorre no quadril chama-se coxartrose. Note na imagem abaixo as falhas na cobertura de cartilagem em um caso grave de artrose.

Pode ser causado por fatores mecânicos ou biológicos.

Estima-se que 1/3 dos idosos tenham algum grau de alteração sintomática da cartilagem dos quadris. É importante diferenciar a artrose natural – dos anos de vida – que raramente necessita qualquer tratamento mais invasivo, da “doença artrose” que é progressiva, limitante e que por vezes necessita de tratamento cirúrgico.

Embora seja mais frequente nos idosos, não é exclusiva deles. Esta doença também pode acometer os jovens por diversos motivos (mecânicos, metabólicos, traumáticos).

Veja na radiografia abaixo que – curiosamente – um paciente de 95 anos apresenta um quadril praticamente normal na imagem à esquerda, enquanto um paciente jovem, à direita, apresenta uma artrose grave, secundária a osteonecrose.

O que causa a artrose?

Geralmente a artrose nos jovens é causada por seqüelas de traumas de alta energia, osteonecrose (perda da circulação da cabeça do fêmur), seqüelas de infecções ou formas graves de artrite auto-imune.

Nos idosos pode estar relacionada também às condições citadas acima, mas geralmente conseguimos identificar alguma causa mecânica que levou à alteração articular ao longo dos anos.

O conhecimento na área de cirurgia do quadril tem evoluído muito nos últimos anos com o melhor entendimento e tratamento do que chamamos de Impacto Fêmoro-Acetabular (leia mais em “Informações).

Esta patologia é considerada como pré-artrósica, ou seja, predisponente ao desgaste articular. Talvez seja a maior causa evitável de coxartrose no futuro. Esta teoria ainda necessita de confirmação de longo prazo mas estudos recentes tem confirmado este mecanismo.

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Quais são os sintomas da artrose do quadril?

Os primeiros sintomas da coxartrose geralmente se manifestam como dor na virilha, localizada profundamente. Pode haver irradiação até o joelho pela parte interna e pela frente da coxa.

No início do quadro a dor aparece após atividades físicas mais intensas. Com repouso – e o “corpo frio” – a dor surge ao re-iniciar o movimento, como pontadas. Após alguns passos o desconforto melhora. Este estágio geralmente se prolonga por muitos anos e a piora ocorre lentamente.

Na evolução a dor pode aparecer durante as atividades. Movimentos banais do dia-a-dia como calçar sapatos, cortar as unhas dos pés, entrar e sair do carro, começam a se tornar um pouco mais difíceis, devido a perda do movimento articular. De modo geral a dor não é tão forte ou frequente e o paciente começa a se adaptar a ela. Também são comuns nesta fase as queixas de dificuldade de realizar alongamentos ou de sentar no chão. Vemos na prática que é somente nesta fase que a maioria das pessoas busca o primeiro contato com o ortopedista e recebem – com surpresa – a notícia de que provavelmente precisarão de uma prótese de quadril no futuro.

Com a piora do quadro as dores noturnas e a rigidez matinal surgem. Podem haver crises de agudização, com a piora da dor com a qual a pessoa já convivia. Nesta fase já mais avançada, começa a perda real da qualidade de vida, quando a pessoa deixa de fazer o que lhe dava prazer. A dor limita a atividade física, os compromissos sociais e profissionais, os passeios, as caminhadas, a vida sexual, as viagens, etc  Nesta fase geralmente toma-se a decisão de submeter-se ao tratamento cirúrgico.

” Ao pesquisarmos a origem da dor, durante a consulta médica, não raro os pacientes se lembram de algum histórico de pontadas no quadril ou lesões antigas que se “curaram” sozinhas. Talvez aquele sintoma fosse o primeiro sinal de que algo errado acontecia no quadril. Talvez houvesse a chance de se fazer algo a respeito e – agindo de maneira preventiva – evitar-se que o desgaste se agravasse. Este é o motivo pelo qual devemos dar atenção aos sinais de nosso corpo e procurar avaliação médica para aconselhamento sempre que necessário.” – opinião pessoal – Dr. Thiago S. Busato

Como é o tratamento da artrose do quadril?

O tratamento deve ser individualizado, de acordo com o grau da doença e com as expectativas e necessidades de cada paciente.

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Inicialmente o tratamento não-cirúrgico se impõe. Exercícios de impacto devem ser evitados. A perda de peso também tem papel importante no tratamento, haja visto que o quadril suporta múltiplos do peso corpóreo.

Fisioterapia ou hidroterapia podem ser indicadas, procurando fortalecer a musculatura regional e manter o arco de movimento.

Medicações antiinflamatórias podem aliviar as crises de dor. Podem ser associadas a analgésicos.

Algumas medicações podem ter resultado nas fases iniciais da artrose, provendo hidratação extra à cartilagem. Infelizmente ainda não houve comprovação científica de que algum medicamento renove a cartilagem ou mesmo retarde o avanço da artrose de maneira significativa.

A decisão de quando submeter-se a um tratamento cirúrgico deve ser tomada pelo paciente em conjunto com seu cirurgião, ao analisar os prós e contras de cada opção.

As opções disponíveis de tratamento cirúrgico para coxartrose são a artrodese (“fusão cirúrgica” – praticamente abandonada atualmente), as osteotomias (cortes no osso para mudar sua forma e área de carga) ou mais freqüentemente as artroplastias (próteses de quadril).

Atualmente com o avanço dos materiais e técnicas cirúrgicas, a artroplastia tem se tornado uma opção cada vez mais atraente devido à rápida recuperação e baixa taxa de complicações comparada às osteotomias.

Existem vários tipos e conceitos de próteses de quadril, cada um será discutida em tópico próprio. Saiba mais no menu “Informações”.

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