Fraturas da Pelve e do Acetábulo

ANATOMIA ÓSSEA

FRATURAS DO ACETÁBULO

As fraturas do acetábulo envolvem a região articular do quadril, especificamente na Pelve (“bacia”).

São mais comumente vistas em jovens, devido a acidentes de alta energia, como colisões de motocicleta ou automóvel em alta velocidade ou atropelamentos.

A fratura pode estar associada a outras lesões ósseas e lesões em outros sistemas justamente por serem causadas por acidentes graves, de alta energia.

Idosos com osteoporose ou osteopenia podem sofrer fraturas de acetábulo por quedas banais devido a fraqueza óssea. São fraturas via de regra diferentes das fraturas dos jovens.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é feito classicamente por radiografias com incidências especiais.

O uso de Tomografia Axial Computadorizada (preferencialmente com reconstrução 3D) é de extrema utilidade para melhor diagnóstico e planejamento do tratamento.

A cartilagem acetabular é considerada um tecido nobre, não se regenera e é altamente especializada para suporte do peso corpóreo e movimentação.

Devido ao trauma sofrido esta cartilagem pode degenerar-se e levar a uma coxartrose pós-traumática mesmo anos após o acidente. Outras complicações relativamente comuns, quando estas fraturas se associam às luxações do quadril (“desencaixe” da articulação) são a necrose da cabeça femoral e lesões traumáticas do nervo ciático.

O prognóstico é muito variável, de acordo com a gravidade da lesão e condições próprias do paciente.

Geralmente lesões que ocorrem fora da área de carga têm melhor prognóstico. O resultado final só é conhecido após meses ou anos depois tratamento inicial.

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Em casos selecionados, como em idosos com fraturas graves,  pode ser realizada inclusive artroplastia de quadril na fase aguda da fratura, como na figura acima.

FRATURAS DA PELVE

As fraturas e disjunções da pelve ou anel pélvico envolvem os ossos da bacia e o sacro desde a região posterior, chamada de sacro-ilíaca, até a região anterior, chamada de sínfise púbica.

Em idosos podem resultar de traumas leves, como uma queda em domicílio, mas são mais comumente vistas em jovens devido a acidentes de alta energia, como acidentes automobilísticos ou quedas de altura.

As lesões resultantes podem variar desde simples avulsões ósseas até disjunções pélvicas que podem levar a uma hemorragia maciça e um desfecho fatal em poucos minutos.

Devido à natureza de alta energia, estas lesões são freqüentemente associadas com lesões de outros órgãos e são consideradas verdadeiras emergências médicas. Antes do surgimento dos serviços de resgate pré-hospitalares muitas dessas vítimas sucumbiam às lesões no próprio local do acidente.

Isto mudou após o surgimento do protocolo de treinamento conhecido por A.T.L.S. (Advanced Trauma Life Support – suporte avançado de vida no trauma) usado no mundo todo por sistemas de resgate, assim como o nosso S.I.A.T.E.

Este protocolo foi idealizado por um ortopedista norte-americano nos anos 80, após sofrer um grave acidente que vitimou sua esposa. Na época não existia uma abordagem sistematizada ao trauma emergencial.

Este médico, após passar por esta tragédia pessoal, idealizou e iniciou o desenvolvimento de um dos protocolos de treinamento e atendimento mais bem sucedidos na medicina, salvando milhares de vidas até hoje.

Diagnóstico e Tratamento

O tratamento se divide em dois tempos: na emergência, o objetivo é salvar a vida da vítima.

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O diagnóstico segue o protocolo do ATLS, são feitas radiografias e pode ser necessário um fixador externo temporário.

Após a estabilização do paciente são realizados estudos complementares. O tratamento definitivo das lesões é planejado. Pode ser necesário desde simples repouso até a fixação com placas e parafusos. Tudo depende do tipo de fratura e das condições clínicas.

Existe uma grande variedade de padrões de fraturas e técnicas cirúrgicas que devem ser indicadas de maneira individualizada.

O prognóstico está estreitamente relacionado com a gravidade da lesão e naquelas mais graves pode haver seqüelas como dor crônica, lesões neurológicas, artrose precoce, etc.

Fraturas de menor gravidade e de baixa energia normalmente não causam maiores problemas, possibilitando a retomada das atividades prévias ao acidente.

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